Pouco escritórios de advocacia equiparam-se ao escritório Raimundo Flach e Advogados Associados. As portas e esquadrias, todas em madeira de lei, contrastavam elegantemente com o piso de mármore negro polido. O luxo do ambiente de trabalho era finamente acabado com móveis desenhados e produzidos especialmente por famosa grife europeia – a ponto de ser o único na América do Sul a contar com tal desprendimento, segundo a revista de celebridades. Mas a elegância do escritório, que ocupa todo o nono e décimo andares do seu prédio no bairro Moinhos de Vento, o mais nobre de Porto Alegre, somente é possível pela impecável qualidade – e sobretudo resultados – que seus profissionais dedicam ao serviço oferecido aos clientes.
Naquela manhã de quarta-feira, Paulo suava frio, nervosamente, à espera de sua entrevista. Aquela oportunidade, de ser contratado pelo melhor escritório de advocacia do Estado – quiçá do Brasil, como se comentava nos corredores do Tribunal de Justiça – era única. E Paulo não desejava desperdiçá-la. Sua entrevista estava marcada para as dez da manhã. A recepção, antes cheia de candidatos àquela mesma vaga de Paulo, agora estava vazia. Paulo era o último. E lá estava ele, humilde, recém-aprovado no exame da Ordem dos Advogados e vestindo seu único terno.
Paulo observava insistentemente o ambiente. Não se parecia com nada que já tivesse visto antes. Como estagiário, trabalhou em órgãos públicos e em pequenos escritórios, tudo devidamente documentado no curriculum vitae que se amassava em suas mãos suadas. Mas a imponência daquele escritório, e sobretudo do nome de seu advogado maior – Raimundo Flach, apontado por alguns como o expoente da advocacia sul-americana – destacado em letras metálicas e douradas na parede da recepção fazia com que Paulo sentisse como se estivesse num ambiente nocivo, ao qual não pertencesse. Respirou fundo e dominou sua timidez. “Eu sou capaz.”, pensou consigo mesmo.
Muito importante para todos os que lerem as postagens: por vezes estarei falando sério, postando opiniões próprias. Outras vezes estarei brincando com opiniões que poderiam ser minhas, mas não são. E por vezes postarei material totalmente fictício, frutos da imaginação e talvez um pouco influenciados pelas experiências acumuladas ao longo dos anos.
Distinguir o que é realidade e o que é ficção fica a cargo de cada um.
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