Muito importante para todos os que lerem as postagens: por vezes estarei falando sério, postando opiniões próprias. Outras vezes estarei brincando com opiniões que poderiam ser minhas, mas não são. E por vezes postarei material totalmente fictício, frutos da imaginação e talvez um pouco influenciados pelas experiências acumuladas ao longo dos anos.
Distinguir o que é realidade e o que é ficção fica a cargo de cada um.
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sábado, 23 de março de 2019

BOTÕES

Se tem um amigo de quem eu muito gosto, é do Rafão. Por anos a fio convivemos cotidianamente, dividindo festas e aventuras. E foi assim, em uma das inúmeras festas organizadas pelo Ricardo, que o Rafão conquistou a Claudinha.

O casamento do Rafão com a Cláudia – Claudinha para os mais chegados – foi um evento daqueles dignos de nota de colunista brega nas colunas sociais dos jornais da província. Festão no salão nobre do clube mais aristocrata, com bebida e comida da melhor qualidade bancadas pela herança do avô, que o Seu Flávio, pai do Rafão, não se furtou em gastar ao ver que o filho havia arranjado uma bela noiva – que segundo Seu Flávio, era muito areia para o caminhãozinho do filho.

A festa em si merece uma história própria, em outro momento e outra noite – afinal, apenas o episódio em que o Julinho dera “perda total” e vomitara debaixo das mesas do jantar, ao ponto de necessitar ser carregado pelo Cenoura e pelo Beto para casa, depois de ser o par de dança da mãe do Rafão, já seria digna de um registro por si só. Por ora me limito a dizer que foi uma baita festa em que ninguém imaginava que Claudinha já estava grávida!

domingo, 13 de maio de 2012

Festa no Apê e as Gurias de Erechim


Houve um tempo que todos os dias eram de festa.

Era verão, evidentemente. Mais especificamente, o último verão antes de terminarmos a faculdade. Naquele ano, os pais do Beto – primo do Cebola, que passou a integrar nossa turma nos churrascos e campeonatos de videogame – decidiram não passar férias no litoral. Segundo o Beto, eles teriam comprado um chalé na Serra, ou algo do tipo. Melhor para nós. O antigo apê dos pais do Beto, localizado bem no centrinho da praia, no meio do agito, em cima da sorveteria, era só festa. Todos os dias – pelo menos, todos os dias possíveis.

Empolgados com a perspectiva de um matadouro em local nobre, combinamos todos – Julinho, Ricardo, Rafão, Cebola, Beto e eu – de tirar férias no mês de fevereiro. Emendaríamos com o Carnaval, o gran finale da maratona de agito. O apê era pequeno – um quarto sala antigo, com cozinha – mas era mais que suficiente para nossas ambições.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Os Camaradas

 Carnaval.

Não importava em quantos shows de rock, heavy metal ou reaggea fomo ao longo do ano. Todo verão, naquela mesma época do ano, Ricardo, Julinho, Cenoura, Rafão e eu tirávamos as camisetas Megaforce e colocávamos os colares de havaiana. Era carnaval na SAP – Sociedade dos Amigos da Praia, reconhecidamente o Maior Carnaval do Litoral Gaúcho!

Todo ano era a mesma coisa. Eu economizava a grana durante o veraneio apenas para comprar a camiseta de algum bloco e ganhar as entradas para as cinco noites de carnaval. Era o fim de inúmeras festas apenas tomando goles da cerveja dos guris – especialmente do Rafão e do Cenoura, parceiraços – e o início de altos tragos.

Porque para nós, afinal, baile de carnaval, com marchinhas e o escambal, significavam apenas duas coisas: bebida liberada e mulheres (liberadas, de preferencia).

quinta-feira, 8 de julho de 2010

O Vinho do Julinho

Gosto de cerveja. Sempre gostei. Não apenas eu, mas meus amigos também. Nós, da turma da praia, somos entusiastas. Apreciamos a boa cerveja a ponto de nos recusarmos a beber qualquer cerveja barata nacional que os butecos tentam nos empurrar. Exceto, claro, nas noites quentes de verão, quando saímos nos bares da praia. Parece até pegadinha: justamente na época de maior consumo, os bares oferecem menor variedade. Aliás, nenhuma variedade. É aquela ceva e deu!

Enfim, como disse, somos todos amantes de uma boa cerveja. Eu prefiro ales. Cenoura e Rafão adoram cerveja weiss (trigo, em alemão, pra quem não saiba). Ricardo vai de pilsen, a mais tradicional para os paladares brasileiros, mas sempre tem uma cerveja estrangeira para experimentar, sempre coisa boa. Mas o Julinho... Ah o Julinho, de uns tempos pra cá virou amante do vinho. Rafão, com sua sutileza, diria que vinho é coisa de viado. Ou veado. De maricas, que seja.

Julinho chegou ao cúmulo de, no último ano, presentear a todos nós – Cenoura, Ricardo, Rafão e eu – com uma garrafa de vinho cada. Sempre o mesmo vinho. Um bordeaux, de espécime caríssima, de altíssima qualidade, que jura ele ter pago uma pechincha: apenas noventa e nove dólares pela internet.

- Coisa muito boa esse vinho – insistia Julinho, sempre que presenteava algum de nós. - Especial para beber com aquela gata, ouvindo um som bacana, e aí... PIMBA. Sabe? É tiro dado, jacu deitado.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Ponto Rock

Sempre preferi as morenas. Não sei porque, mas há algo de sensual na forma como refutam a futilidade loira. Gosto de louras também, mas as morenas dominam meu horizonte. É assim, não adianta. Cada um tem suas taras e predileções. Para Ricardo, por exemplo, pouco importa se é alta ou baixa, loura ou morena. Tem que ser gostosa. O Cenoura não admite, mas todos sabem que ele é fissurado em japinhas (ia dizer “asiáticas”, mas aí iria soar tão falso...). O Rafão, por outro lado é seguidor da filosofia do síndico Tim Maia: a mulher ideal é aquela que não tem pau...

Para essas e todas as outras preferências, existia o lugar ideal. O Ponto Rock. A melhor danceteria/discoteca/casa noturna/boate/ou seja lá qual for a porra de nomenclatura atual que já existiu na praia, quiçá no mundo. O oásis para onde iam todas – eu disse todas – as gostosas do litoral.

Aquele era um lugar mágico. Era, porque nada que é bom dura para sempre. Nos fins de semana, quando suas portas abriam-se, o céu de verão era sempre estrelado e a lua sempre cheia. Construído à beira de um lago, não possuía paredes, de forma que a brisa marinha constantemente fazia arrepiar as deliciosas gurias suadas na pista de dança. Os bares, estrategicamente posicionados ao redor da pista central, derramavam litros e litros de álcool sobre os frequentadores, tudo com o único e flagrante objetivo de permitir a pegação ao som do melhor rock´n´roll.

Como dito, mágico.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Princesinha

Princesinha.

Não houve discussão. Todos concordamos que ela era uma verdadeira princesinha. Pequena, macia, bonita, com cabelos negros esvoaçantes que emolduravam seus olhos azuis que mais pareciam jóias de uma coroa.

Definitivamente uma princesinha.

Era inverno. A noite estava fria, mas ainda assim insistimos em reunir a turma da praia. À excessão do Ricardo, que morava no interior, todos nós morávamos na região metropolitana. Fomos ao bar favorito do Cenoura, afinal a ocasião era para comemorar seu novo emprego.

Chegamos no bar juntos, Julinho, Rafão e eu. O frio parecia impedir o Julinho de fazer sua mágica com as garotas na calçada em frente ao bar, por isso nos apressamos a entrar, antes que o Rafão realizasse a sua. O Rafão vocês conhecem: era o repelente de mulheres da turma. Gente finíssima, ótimo caráter, mas terrível com a mulherada. Entramos e atravessamos o bar até o jardim de inverno, nos fundos. Bar chique. Provavelmente caro. Mas iamos beber todos na conta do Cenoura, com seu novo salário, então...

quarta-feira, 3 de março de 2010

Praia, Noite e a Lua

Era sábado de verão. Como de praxe, estavamos todos na praia. A nossa turma era capaz de passar o ano inteiro sem se encontrar, cada um envolvido com suas aulas, trabalhos, etc. Apesar de vivermos todos na capital, era no litoral que encontravamos a nossa identidade. Quando chegava janeiro era sagrado: todos os fins de semana, um por um, iamos para nossas casas na praia e lá nos reuniamos para fazer o que todos os guris de 15 a 20 anos fazem. Festa.
Evidente que o objetivo eram as gurias. Alguns, como o Julinho e o Ricardo, faziam as garotas comerem nas suas mãos. Era impressionante. Não tinha noite que eles não se dessem bem. Há quem diga – eu nunca via, mas dizem com tanta convicção que pode até ser verdade – que o Julio certa vez sai agarrado com duas amigas simplesmente porque não conseguia decidir qual das duas era a mais bonita.
Já outros, como o Cenoura e eu, ralávamos para ter uma chance com as gurias. Não eramos de todo ruim, mas conseguir mostrar para aquela guria no balcão do bar ou na pista de dança que eramos o cara ideal era sempre uma tarefa estafante. Recompensadora, óvio, mas cansativa. E mesmo assim acumulamos – pelo menos eu acumulei! – alguns fracassos...
Agora, igual ao Rafão... O cara simplesmente não podia chegar perto de mulher alguma que na mesma hora fazia algo que as espantava. Incrível. Era involuntário, e na maioria das vezes nem nós sabiamos o que tinha acontecido, mas as gurias não suportavam ficar perto do cara. Desde que se mudou para o exterior, não tive mais notícas dele, mas dizem que continua sozinho.