Seja você um evolucionista-darwiniano ou um criacionista religioso, é inegável que o ser humano, sob todas as óticas, é um prodígio. Afinal, em um ambiente rico e diversamente variado, o homem – aqui usando-se o termo como espécie humana, sem sexismos – é o ser vivo com o maior sucesso dentre todos. Não por acaso se anunciou, recentemente, o nascimento do humano número 7 bilhões aqui no Rio Grande do Sul (ou assim falou a Zero Hora...).
Na verdade, o sucesso da raça humana impressiona. Afinal, como se poderia imaginar que uma raça que produz filhotes absolutamente inúteis poderia perseverar a ponto de dominar o planeta? Não se engane o leitor: bebês humanos são a expressão da inutilidade.
Pense bem: um bebê, após nascer com vida, torna-se dependente de sua mãe – e do grupo familiar, que precisa proteger e dar suporte à mãe – para tudo, especialmente para alimentar-se. Isso sem adentrar no mérito de que nos primeiros MESES – não semanas, não dias, mas meses – de vida, a criança dependerá exclusivamente do leite materno. Somente após conseguirá alimentar-se de outros alimentos sólidos – e ainda assim sem desmamar completamente. Em tempos atuais, de internet banda larga e calças de tactel, fica fácil conceber e conviver com a fragilidades de um recém-nascido. Mas imagine a 2 mil anos atrás? Ou a 15 mil anos atrás, quando o homem vivia em cavernas, ainda aprendia a dominar o fogo e fugia de animais de dentes afiados ávidos por carne de, bem, deu pra entender...
Como que o ser humano conseguiu perseverar a ponto de chegar a 7 bilhões de indivíduos quando a simples sobrevivência de uma criança é tão complicada? Como explicar que toda uma estrutura social se formasse ao redor do núcleo familiar apenas para proteger um indivíduo indefeso que passará 9 meses mamando no peito da mãe, demorará um ano para começar a andar e atingirá a maturidade física apenas aos 15 anos? O que fez com que o homem das cavernas – ou mais longe ainda, o elo perdido do homem-primata – não abandonasse a sua cria recém-nascida, tão trabalhosa e, de novo, inútil?
Graças ao Fator Panda.