O prazer de advogar é
algo, por muitos, desconhecido. Em tempos que o mercado é inundado,
diariamente, por milhares de novos bacharéis em Direito – a grande
maioria titulada em faculdades caça-níqueis e sem nenhum
comprometimento para com a qualidade do ensino jurídico – mais e
mais aventureiros ingressam na advocacia com o intuito de somar tempo
para concursos públicos ou meramente fazer “bico”, desmerecendo
a profissão.
A Constituição
Federal reconhece a advocacia como elemento essencial para a Justiça
pátria. Mais: estabelece a OAB – e os advogados, como um todo –
como fundamental para a busca, defesa e perseguição da cidadania.
Foram-se os tempos em que o advogado era bem remunerado. Constantes
decisões e posicionamentos judiciais buscam – sabe-se lá com qual
interesse – apequenar os ganhos dos advogados, com honorários
aviltantes. É a humilhação imposta de forma velada pelas demais
carreiras públicas judiciais. O advogado, hoje, sobrevive mais de
suas ideologias do que de seus honorários.
É vivendo assim, aos
trancos e barrancos, que nós, advogados, temos de encontrar forças
para seguir amando a nossa profissão. E, em determinados casos, a
recompensa vem, muito antes que pelo ganho pecuniário, pela
satisfação de ver a justiça ser realmente atingida. Este é o caso
de V.A. (o nome foi ocultado em respeito ao sigilo profissional).