Tem sujeito que nasce pra malandro. Do tipo ligeiro, que só pensa em mulher como objeto. Como o José.
José era famoso entre os amigos por seu charme “pegador”. Galanteador, não dava ponto sem nó. Era tiro dado, jacu deitado. Dizem os incautos que teve mais de cinqüenta namoradas...
Uma bela tarde, passeando de mãos dadas com uma namoradinha, José percebeu uma sombra na sua cola. Era uma outra rapariga, chorosa, que havia tido seu coração partido pela lábia do tinhoso. Evidente que José não se intimidou com o choro da garota, mas com o irmão dela, aí é outra história...
E foi assim, fugindo de uma namorada e correndo para encontrar outra – porque José sempre disse, garboso, que nunca ficou com menos de duas namoradas na manga – que ele esbarrou em Clara. José e Clara eram amigos de longa data. Era ela quem dava cobertura ao amigo quando algo saia do controle. E nunca, nunca mesmo, Clara deu chance aos galanteios de José. Eram amigos. Ponto. Apenas bons amigos.
Mas naquela tarde de sábado alguma coisa fez surgir algo especial entre eles. José, sem saber muito bem porque, olhou para Clara de uma forma diferente. Clara, que sempre fora imune aos olhares de revesgueio do rapaz, sentiu um calafrio na nuca. E foi assim que, em meio à corrida, José convidou Clara para tomarem um sorvete.
Havia algo novo nos olhares de ambos. E, pior, sabiam disso. Era como se estivesse escrito em algum lugar no destino. Clara, porém, conhecendo o passado de José, exigiu “só eu”. E José, sem medo de nada, retrucou “só tu”.
Casaram. José, diabo na juventude, virou santo, exemplo dedicado e homem fiel. Não tardou para que Clara engravidasse.
Eram outros tempos aqueles. A tecnologia não era como hoje, e somente na sala de parto José ficaria sabendo se seria um orgulhoso pai de um menino ou um protetor pai de uma menina. E então veio a enfermeira. Em outros tempos, José não agüentaria ver aquele rabo de saia. Mas naquele dia de fim de verão, esperando o nascimento do bebê, só queria ouvir a notícia.
E então chorou. Copiosamente, chorou. Sentiu o amor transbordar a alma. E também medo, o medo de que um dia aparecesse um sujeito como ele próprio, José, fora na juventude, e partisse o coração de sua filhinha.
O destino prega peças. O machão malandro foi pai de uma linda garotinha.
Já eu, ao contrário do José, serei pai de um guri!
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*História baseada em fatos reais.
*História baseada em fatos reais.
Eu tinha um pressentimento de q era guri!
ResponderExcluirA mãe e a Tita achavam que era menina...
ResponderExcluirPra ver que esse treco de intuição feminina é pura balela...
Mazááááhhhhhh!!!! E o nome do guri tem que ser Pedro Mazembe Schlitschitling!!!
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