Muito importante para todos os que lerem as postagens: por vezes estarei falando sério, postando opiniões próprias. Outras vezes estarei brincando com opiniões que poderiam ser minhas, mas não são. E por vezes postarei material totalmente fictício, frutos da imaginação e talvez um pouco influenciados pelas experiências acumuladas ao longo dos anos.
Distinguir o que é realidade e o que é ficção fica a cargo de cada um.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Portas

Leandro, ao fim de sua infância, adormeceu em um sono profundo. Imergiu na inconsciência e, assim, viveu por anos embebido por sonhos surreais, alheio à realidade e aos fatos que lhe rodeavam.

Durante este período, cresceu protegido por sua família, por seus pares. Até que, tão misteriosamente como quando tudo começou, o profundo sono chegou ao fim. Antes diminuta criança, agora gigante adulto, acordou.

Primeiro, um bocejo. Depois, o piscar do olhos. Adaptar-se à luz brilhante da tela do aparelho (televisão? computador?) era perturbador e inebriante a um só tempo. Novas tecnologias se desenvolveram, maravilhando o curioso recém desperto.


Somente após minutos percebeu estar em uma sala, com duas portas. Não conseguiu entender o que aquilo significava. Resolveu utilizar o aparelho e pesquisar. Respostas instântaneas surgiam, aos milhares, informando ao incauto solitário que ele não era o único. Tal qual Leandro, milhares de outros concidadãos emergiram do mesmo sono profundo. E em todos os casos, os relatos que chegam é que, ao acordarem, encontravam-se em um labirinto.

Um labirinto. Multiplos caminhos. Multiplas saídas. Multiplas escolhas. Não havia nada, contudo, que indicasse se existiria ou não um caminho certo. Pesquisou mais.

Impressionado com o aparelho a sua disposição - que não possuia qualquer fio, tão diferentemente das suas experiência pré sono - decidiu pesquisar. Encontrou grandes portais, grandes mídias. Grupos formadores de opinião.

Despreparado, mas curioso, leu. Absorveu.

Procurou gurus, para moldar seu novo pensamento. Encontrou. Aos borbotões. Todos, aos brados, furiosos, verborrágicos.

Sem qualquer filtro prévio, sem um estudo sólido a formar um espírito critico, Lendro lia tudo. Queria saber. Entender. Sozinho, sem uma viva alma ao seu redor, enveredou por pensamentos individualistas. O conceito social lhe era estranho, afinal de contas.

Julgou, então, que estava pronto. Apenas horas após acordar, com um estudo tão rápido quanto este texto, Leandro compreendeu tudo. Ou assim pensava. Tinha um guru favorito. Uma revista favorita. Uma verdade definitiva.

Estava, então, pronto para sair do labirinto. Ou a iniciar sua jornada através dele.

Pôs-se em pé. Olhou para a extremidade do quarto. Olhou para as duas portas, que conduziriam a caminhos muito diferentes, por certo.

Recém acordado, escolheu a porta da direita.

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