Artêmia foi uma mulher especial. De fibra. Muito antes de feministas queimarem sutiãs em praça pública em 1968 (o que parece que não foi bem assim que aconteceu, mas isso é outra história), Artêmia Vasconcellos foi uma mulher moderna, a frente de seu tempo. Um modelo para gerações por vir.
Nascida em Alegrete no distante século XX, em 05 de dezembro de 1921, filha de Martimiano Vasconcellos e Izoletina Barros Vasconcellos, Artêmia atravessou uma difícil infância. Filha mais nova do casal, é dito que sua mãe nunca se recuperou de uma grave crise de puerpério, fruto de duas gestações consecutivas. Neysa Maria, a irmã mais velha, nasceu em janeiro de 1921, apenas onze meses antes. Ainda cedo, com apenas cinco anos, perdeu os pais. Órfãs, as irmãs Artêmia e Neysa Maria foram enviadas pela família para o internato de freiras do Colégio Sant’Ana, em Uruguaiana, onde passaram a infância e adolescência.