Muito importante para todos os que lerem as postagens: por vezes estarei falando sério, postando opiniões próprias. Outras vezes estarei brincando com opiniões que poderiam ser minhas, mas não são. E por vezes postarei material totalmente fictício, frutos da imaginação e talvez um pouco influenciados pelas experiências acumuladas ao longo dos anos.
Distinguir o que é realidade e o que é ficção fica a cargo de cada um.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Artêmia é que era mulher de verdade

Artêmia foi uma mulher especial. De fibra. Muito antes de feministas queimarem sutiãs em praça pública em 1968 (o que parece que não foi bem assim que aconteceu, mas isso é outra história), Artêmia Vasconcellos foi uma mulher moderna, a frente de seu tempo. Um modelo para gerações por vir.

Nascida em Alegrete no distante século XX, em 05 de dezembro de 1921, filha de Martimiano Vasconcellos e Izoletina Barros Vasconcellos, Artêmia atravessou uma difícil infância. Filha mais nova do casal, é dito que sua mãe nunca se recuperou de uma grave crise de puerpério, fruto de duas gestações consecutivas. Neysa Maria, a irmã mais velha, nasceu em janeiro de 1921, apenas onze meses antes. Ainda cedo, com apenas cinco anos, perdeu os pais. Órfãs, as irmãs Artêmia e Neysa Maria foram enviadas pela família para o internato de freiras do Colégio Sant’Ana, em Uruguaiana,  onde passaram a infância e adolescência.

A minha vó...

No final do ano passado fomos tomados pela surpresa - grata surpresa - de que minha vó Artêmia seria homenageada pela Câmara de Vereadores de Carazinho. Evidente que fiquei feliz por ela. Mas fiquei feliz mesmo pela oportunidade de sentar e lembrar de todos os momentos que passei ela.

Agora, em 2011, o vereador Gilnei Jarré apresentou proposta para nomear, em mais uma homenagem, o espaço de reuniões dos vereadores de "Sala de reuniões Artêmia Vasconcellos Schlichting".

Carazinho ficou no passado após a morte dos meus avós. Mas é gostoso saber que a memória deles continua viva.

A seguir, uma pequena biografia que mandei para a Câmara Municipal de Carazinho.



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Leia também:
Carazinho 
Heróis
Santinha

sábado, 5 de março de 2011

Outros Carnavais

Carnaval nunca foi a minha. Samba, axé, pagode, música brazileira, jamais foram da minha preferência. Não entendo como pode milhões de pessoas perderem seu tempo vendo gente semi-nua atravessando uma avenida de ponta a ponta em fantasias e festejando uma data que em nada remonta à origem das festividades. Afinal, Carnaval era uma festa cristã para marcar o início da quaresma. Mas ao que tudo indica, nem os padres lembram mais disso...

Enfim, Carnaval nunca foi minha praia. Mas houve um tempo em que a noite de sexta-feira, do grito de Carnaval, era de uma ansiedade. Em nossa juventude, meus amigos – não preciso dizer quem – e eu encarávamos os Bailes de Carnaval como noites mágicas. Eram Bailes como nos tempos de nossos pais, com banda, marchinhas, muita diversão. Honestamente, íamos porque queríamos a nossa chance com as gurias. Mas isso não explica a emoção que tomava conta de nós. Nós curtíamos aqueles bailes com uma solenidade espantosa.

Eu poderia dizer muitas e muitas coisas contra o Carnaval. Sobre como os axés e créus da vida estragaram uma festa que, de tão divertida, cativou até mesmo um crítico odioso como eu. Eu podia dizer que a sexualização do Carnaval, com jovens buscando apenas desculpas para extravasar os hormônios reprimidos, vulgarizou ainda mais o evento. Eu poderia perguntar como é que aguentam música ruim tanto tempo?

Mas de nada adianta.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Santinha

Fé. O dia dois de fevereiro é reservado, por muitos, para a fé. Especialmente em Nossa Senhora dos Navegantes, ou Iemanjá, conforme o sincretismo religioso praticado no Brasil. Mesmo não pertencendo a nenhuma religião específica, é difícil para quem possui  em sua alma espaço para a religiosidade (aqui referida em abstrato, de forma genérica) ficar alheio às demonstrações de fé ao seu redor. O dia dois de fevereiro, como poucos outros dias do ano, é marcado pela presença divina.

Meu avô Aldo era um homem de fé. Nunca o vi praticar nenhuma religião oficial, com seus dogmas e ritos de fé estabelecidos. Contudo, meu avô carregava sempre consigo uma corrente fina de ouro com uma medalhinha, não maior que uma moeda de cinco centavos, mas muito, muito mais delicada. Era dourada, delicada, antiga. Eu nunca soube se tivera outro dono antes dele. De um lado da medalhinha está gravado em relevo São Jorge, em seu cavalo, com a poderosa lança com que matou o dragão. Do outro lado, como que a contra-balançar a força, está a suavidade e sabedoria feminina da Iemanjá, a proteger meu avô e a toda a família. Era para ela que meu avô dirigia suas preces. Era para ela que meu avô me ensinou a rezar. Para a nossa Santinha.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Minha Primeira História de Natal

Noite de Natal. Sem dúvidas, gostem ou não, a noite mais mágica do ano. Uma noite repleta de significados, e com um gostinho especial para as crianças. Pois é delas que flui a mágica e o encanto natalino. A cada ano, na virada de 24 para 25 de dezembro, a criança que existe em todos renasce e sonha com um mundo melhor. É a inocência da infância, a esperança de um futuro repleto de felicidades, que transforma a noite de todo mundo em um momento especial e inesquecível. Pela primeira vez em sua curta vida, um pequenino rapazinho, encolhido no escuro, está prestes a presenciar um milagre de Natal.

- Ho ho ho! Feliz Natal, meu querido rapazinho!

- Quem és tu? Onde estamos? Como isso é possível?

- Meu querido, eu sou Papai Noel. E vim especialmente visitar-te, pois foste um menino especial, muito bom e fez teus pais muito, muito felizes este ano. Por isso vim pessoalmente desejar-te uma Natal muito, muito feliz, cheio de saúde, paz e amor!

- Eba! Papai Noel! Mas como?

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Sobre Meninos e Meninas

Tem sujeito que nasce pra malandro. Do tipo ligeiro, que só pensa em mulher como objeto.  Como o José.

José era famoso entre os amigos por seu charme “pegador”. Galanteador, não dava ponto sem nó. Era tiro dado, jacu deitado. Dizem os incautos que teve mais de cinqüenta namoradas...

Uma bela tarde, passeando de mãos dadas com uma namoradinha, José percebeu uma sombra na sua cola. Era uma outra rapariga, chorosa, que havia tido seu coração partido pela lábia do tinhoso. Evidente que José não se intimidou com o choro da garota, mas com o irmão dela, aí é outra história...

E foi assim, fugindo de uma namorada e correndo para encontrar outra – porque José sempre disse, garboso, que nunca ficou com menos de duas namoradas na manga – que ele esbarrou em Clara. José e Clara eram amigos de longa data. Era ela quem dava cobertura ao amigo quando algo saia do controle. E nunca, nunca mesmo, Clara deu chance aos galanteios de José. Eram amigos. Ponto. Apenas bons amigos.