Muito importante para todos os que lerem as postagens: por vezes estarei falando sério, postando opiniões próprias. Outras vezes estarei brincando com opiniões que poderiam ser minhas, mas não são. E por vezes postarei material totalmente fictício, frutos da imaginação e talvez um pouco influenciados pelas experiências acumuladas ao longo dos anos.
Distinguir o que é realidade e o que é ficção fica a cargo de cada um.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Minha Primeira História de Natal

Noite de Natal. Sem dúvidas, gostem ou não, a noite mais mágica do ano. Uma noite repleta de significados, e com um gostinho especial para as crianças. Pois é delas que flui a mágica e o encanto natalino. A cada ano, na virada de 24 para 25 de dezembro, a criança que existe em todos renasce e sonha com um mundo melhor. É a inocência da infância, a esperança de um futuro repleto de felicidades, que transforma a noite de todo mundo em um momento especial e inesquecível. Pela primeira vez em sua curta vida, um pequenino rapazinho, encolhido no escuro, está prestes a presenciar um milagre de Natal.

- Ho ho ho! Feliz Natal, meu querido rapazinho!

- Quem és tu? Onde estamos? Como isso é possível?

- Meu querido, eu sou Papai Noel. E vim especialmente visitar-te, pois foste um menino especial, muito bom e fez teus pais muito, muito felizes este ano. Por isso vim pessoalmente desejar-te uma Natal muito, muito feliz, cheio de saúde, paz e amor!

- Eba! Papai Noel! Mas como?

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Sobre Meninos e Meninas

Tem sujeito que nasce pra malandro. Do tipo ligeiro, que só pensa em mulher como objeto.  Como o José.

José era famoso entre os amigos por seu charme “pegador”. Galanteador, não dava ponto sem nó. Era tiro dado, jacu deitado. Dizem os incautos que teve mais de cinqüenta namoradas...

Uma bela tarde, passeando de mãos dadas com uma namoradinha, José percebeu uma sombra na sua cola. Era uma outra rapariga, chorosa, que havia tido seu coração partido pela lábia do tinhoso. Evidente que José não se intimidou com o choro da garota, mas com o irmão dela, aí é outra história...

E foi assim, fugindo de uma namorada e correndo para encontrar outra – porque José sempre disse, garboso, que nunca ficou com menos de duas namoradas na manga – que ele esbarrou em Clara. José e Clara eram amigos de longa data. Era ela quem dava cobertura ao amigo quando algo saia do controle. E nunca, nunca mesmo, Clara deu chance aos galanteios de José. Eram amigos. Ponto. Apenas bons amigos.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Homens não choram

Meninos em idade pré-escolar possuem uma enorme vantagem sobre homens adultos: a liberdade de chorar. Quando infantes, toleram-se as lágrimas, sejam de dor, tristeza, birra. Ou de medo, sobretudo. Porém, quando adultos, o choro é um tabu. Lágrimas não pertencem ao universo masculino. Isso não significa que homens não chorem. Muito pelo contrário – como seres humanos, homens também possuem sentimentos e, algumas vezes, choram. Mas diferentemente do sexo feminino, cada lágrima despejada por um homem é acompanhada de uma pontada de vergonha.

Desde cedo aprende-se que homens não devem chorar. Certo ou errado, é algo cultural. Chorar é sinal de fraqueza. Um homem de verdade precisa a aprender a controlar seus sentimentos e a engolir qualquer choro que possa brotar. Quando não é possível evitar, é inevitável o sentimento de fraqueza e humilhação. Não é fácil.

Se a dor é muita, é necessário ser forte e aguentar. Se a tristeza é profunda, é preciso silêncio e solidão. Se o medo faz com que as pernas fraquejem, é imperioso engolir o desespero e, contra cada fibra do seu corpo, inventar a coragem para seguir adiante. Chorar, jamais. É assim que somos educados. Não tivemos escolha.

Eu tinha cinco ou seis anos de idade. Não lembro ao certo. Era uma época feliz. Lembro perfeitamente de ser uma tarde de início de verão – ou fim de primavera. O céu estava azul, com algumas poucas nuvens brancas. Meu pai estava no pátio da chácara, já tomada pela sombra das árvores que abundavam no terreno, quando corri em sua direção. Queria, orgulhosamente, contar-lhe que meus dentes de leite estavam começando a amolecer. Na minha imaginação infantil, significava que com dentes novos eu estaria mais velho, mais pronto (sabe-se lá para o quê). Com a voz ainda aguda de menino, corri diretamente contra a barriga de meu pai e lhe contei a “novidade”:

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Honesto e os homens baixos

Não muito longe daqui, existe uma terra muito parecida com a nossa. Uma terra fértil, onde plantando tudo dá, rica em minérios, recursos naturais, sem desastres... Um lugar excelente. Um país gigante.

Gigante mesmo. Dizem os nativos que seu povo demonstra, em sua altura, as suas virtudes. Grandes pessoas são, portanto, pessoas grandes! Ao longo da vida, as pessoas de destacadas qualidades tendem a crescer além do comum e de forma extraordinária. Quanto mais alta a pessoa, maior seu virtuosismo ético e moral. Existem em meio à população pessoas – homens e mulheres – com alturas que, para seres humanos comuns, são inimagináveis. Três, quatro, cinco metros de altura. São minoria, evidentemente, mas existem em quantidade maior do que se poderia supor. Reza a lenda que, no passado, existiram homens com mais de uma centena de metros de altura. Mas esses, infelizmente, são agora história.

Honesto nasceu nessa terra mágica. Seus pais, orgulhosos do caráter de seu filho, o batizaram com o mais adequado nome possível. Honesto sempre foi um bom menino, educado, prestativo, estudioso. Com apenas dois anos de idade, já tinha um metro e meio de altura. Aos oito, tinha a mesma altura de seu pai, alguém consideravelmente acima do padrão dos homens médios.

Ao atingir a puberdade, Honesto viu sua vida mudar. Em meio ao rápido crescimento típico dos adolescentes, surgiu um novo gigante. Aos dezoito anos, Honesto atingiu a marca dos vinte metros de altura! Virou manchete nacional: havia mais de cinqüenta anos não aparecia alguém tão alto. E Honesto não parava de crescer.

O tempo passa, o tempo voa

Não foi nada fácil encarar o tempo passar e saber que não estava eu a escrever algo para o blog.

Eram quarenta dias sem sequer por os dedos a escrever algo, qualquer coisa. Muito do que escrevo não toma forma - ou não toma a forma que eu desejo - mas mesmo assim eu sempre busco escrever, até para ver até que ponto consigo desenvolver um estilo, ou uma habilidade ou, simplesmente, criar uma disciplina.

Mas em quarenta dias, tudo que fiz foi me preocupar com o trabalho e, sobretudo, com as contas. Idéias surgiram muitas, e espero com calma transformá-las em histórias, contos, crônicas ou seja lá o que for que eu aqui escrevo.

Em meio ao primeiro e segundo turno de nossas eleições, sobretudo em meio a enormes desilusões políticas, surgiu-me a idéia de um conto alegórico, quase infantil. Decidi então, para não deixar outubro passar em branco, "por no papel" a idéia, e deixá-la crescer e tomar sua forma.

O resultado final agradou-me - embora eu desejasse que fosse ainda melhor!

Espero que aprovem o resultado.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O Causídico - Episódio 2: Cartão de Visitas

Andando apressado pelos corredores da Justiça do Trabalho, Paulo sentia o nervosismo comum aos novatos. Estava em cima da hora para a sua primeira audiência como profissional autônomo. Sentia-se estranho, como se todos os demais advogados e estagiários presentes ao fórum trabalhista o estivessem olhando e, pior, julgando. Vestia um quase confortável terno preto de microfibra, desses simples e baratos de cento e noventa e nove reais, comprado na véspera com a intenção de impressionar seu cliente. Os sapatos eram os mesmos de sua formatura, mas estavam bem polidos. Na mão esquerda carregava a maleta de couro preta, já bastante gasta, que foi de seu falecido pai.

Chegou ao sexto andar do prédio dois e foi direto para o banheiro. Segundo seu relógio, ainda tinha cinco minutos antes da audiência. Para os padrões de prédios públicos com grande movimento de pessoas, aquele banheiro até que era razoavelmente limpo. Paulo de Tarso procurou um lugar para largar a sua pasta e, então, após retirar o relógio de pulso, abriu a toneira e lavou o suor do rosto. A sensação da água fria o fez relaxar e permitiu que readquirisse a tranquilidade necessária para encarar a audiência. Com o rosto ainda molhado, apoiado com as mãos na pia, olhou fixamente através do espelho nos próprios olhos.

- Eu consigo – disse, enfim, para si mesmo, pronto para voltar ao saguão de espera do andar. Somente então percebeu que o banheiro não tinha toalhas de papel...

Ainda com o rosto molhado, o apito agudo dos auto-falantes soaram. Em seguida, o pregão para sua audiência foi feito por uma suave e agradável voz feminina, que pronunciava cuidadosamente os nomes das partes.

- Atenção para a audiência das oito horas e trinta minutos. Décima quinta Vara do Trabalho. Sr. Clóvis Abreu Dilcant, reclamante, e Pasquali Empreendimentos e Construções S.A.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

With a little help from my friends...

“Cara, se acontecesse um cataclismo e nós ficássemos sem eletricidade, como que sobreviveríamos?”

“Como assim? Sem eletricidade por quê? Cataclismo nuclear, zumbi ou rebelião das máquinas?”

Com esse curto diálogo, Vitto e eu tentamos imaginar como seria a luta por sobrevivência, primeiro, em um ambiente moderno em que a energia elétrica não mais fosse suprida. Ou seja, permanentemente sem luz (praticamente como acontece nos verões com CEEE!).

Ocorre que sem luz é o mínimo dos nossos problemas. Por certo aconteceriam tumultos e convulsões sociais, escalada de violência urbana (sobretudo à noite), crises humanitárias em virtude das dificuldades em áreas estratégicas, principalmente na medicina... Mas a humanidade sobreviveria ao fim da eletricidade. Afinal, nosso mundo elétrico é recente, apenas trezentos anos frente à 5 mil anos de civilização humana.

A falta de luz, portanto, somente seria um dos reflexos de algo pior. E foi assim que o Vitto me lançou o desafio: imaginar como sobreviveriamos, em Porto Alegre, a um cataclismo que ameaçasse a própria existência dos seres humanos. Pensando nisso, perguntei: “cataclismo nuclear, dos zumbis ou das máquinas?”. Afinal, dependendo do acontecido mudam-se as estratégias...

“Nuclear”, me respondeu Vitto. “Guerra atômica. Inverno nuclear no mundo. Como nós vamos sobreviver em Porto Alegre?”

Respondo agora o que disse a ele. É simples. Morremos todos. Porto Alegre não possui subterrâneos, de forma que não teríamos como nos abrigar das intempéries radioativas. Como faz falta um metrô...

“Faz sentido... Zumbi, então? Qual teu plano?”

Aí o bicho pegou... Apesar de confiar que sobreviverei a um cataclismo zumbi ou das máquinas, sei que teria enormes dificuldades, inclusive sendo incapaz de evitar a morte de muitas pessoas amadas.

Acabou minha carona e o assunto, tão instigante quanto divertido, foi posto de lado. Todavia, confesso que desde que tivemos essa conversa não consegui deixar de imaginar como seria uma situação extrema, de nós, meros portoalegrenses, sobrevivermos a uma hecatombe zumbi.

Antes de me lançar ao teclado do computador e tentar escrever algo, decidi fazer um brainstorm – ou tempestade cerebral, que aliás seria um termo muito bacana em língua portuguesa... - com a ajuda de vocês, meus amigos que me prestigiam dedicando seu tempo lendo meus textos.

São questões fundamentais:

Qual o tamanho ideal de um grupo para a sobrevivência, considerando a escassez de recursos e alimentos?
Qual a melhor estratégia: guardar uma única posição ou a mobilidade?
Qual o melhor lugar para se esconder, em nossa cidade?
Como enfrentaríamos os zumbis quando o combate (ou embate, como preferirem) fosse inevitável?

Honestamente, já tenho algumas ideias, mas realmente gostaria da maior participação possível, com opiniões e argumentos (prós e contras) e assim, talvez, escrever uma história de como sobreviveremos ao cataclismo zumbi em Porto Alegre!

Saudações a todos.





P.S.: eu precisava de um título para o post, e não consigui apagar a música da minha mente. Então...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O Causídico - Episódio 1: A Entrevista

Pouco escritórios de advocacia equiparam-se ao escritório Raimundo Flach e Advogados Associados. As portas e esquadrias, todas em madeira de lei, contrastavam elegantemente com o piso de mármore negro polido. O luxo do ambiente de trabalho era finamente acabado com móveis desenhados e produzidos especialmente por famosa grife europeia – a ponto de ser o único na América do Sul a contar com tal desprendimento, segundo a revista de celebridades. Mas a elegância do escritório, que ocupa todo o nono e décimo andares do seu prédio no bairro Moinhos de Vento, o mais nobre de Porto Alegre, somente é possível pela impecável qualidade – e sobretudo resultados – que seus profissionais dedicam ao serviço oferecido aos clientes.

Naquela manhã de quarta-feira, Paulo suava frio, nervosamente, à espera de sua entrevista. Aquela oportunidade, de ser contratado pelo melhor escritório de advocacia do Estado – quiçá do Brasil, como se comentava nos corredores do Tribunal de Justiça – era única. E Paulo não desejava desperdiçá-la. Sua entrevista estava marcada para as dez da manhã. A recepção, antes cheia de candidatos àquela mesma vaga de Paulo, agora estava vazia. Paulo era o último. E lá estava ele, humilde, recém-aprovado no exame da Ordem dos Advogados e vestindo seu único terno.

Paulo observava insistentemente o ambiente. Não se parecia com nada que já tivesse visto antes. Como estagiário, trabalhou em órgãos públicos e em pequenos escritórios, tudo devidamente documentado no curriculum vitae que se amassava em suas mãos suadas. Mas a imponência daquele escritório, e sobretudo do nome de seu advogado maior – Raimundo Flach, apontado por alguns como o expoente da advocacia sul-americana – destacado em letras metálicas e douradas na parede da recepção fazia com que Paulo sentisse como se estivesse num ambiente nocivo, ao qual não pertencesse. Respirou fundo e dominou sua timidez. “Eu sou capaz.”, pensou consigo mesmo.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

O Vinho do Julinho

Gosto de cerveja. Sempre gostei. Não apenas eu, mas meus amigos também. Nós, da turma da praia, somos entusiastas. Apreciamos a boa cerveja a ponto de nos recusarmos a beber qualquer cerveja barata nacional que os butecos tentam nos empurrar. Exceto, claro, nas noites quentes de verão, quando saímos nos bares da praia. Parece até pegadinha: justamente na época de maior consumo, os bares oferecem menor variedade. Aliás, nenhuma variedade. É aquela ceva e deu!

Enfim, como disse, somos todos amantes de uma boa cerveja. Eu prefiro ales. Cenoura e Rafão adoram cerveja weiss (trigo, em alemão, pra quem não saiba). Ricardo vai de pilsen, a mais tradicional para os paladares brasileiros, mas sempre tem uma cerveja estrangeira para experimentar, sempre coisa boa. Mas o Julinho... Ah o Julinho, de uns tempos pra cá virou amante do vinho. Rafão, com sua sutileza, diria que vinho é coisa de viado. Ou veado. De maricas, que seja.

Julinho chegou ao cúmulo de, no último ano, presentear a todos nós – Cenoura, Ricardo, Rafão e eu – com uma garrafa de vinho cada. Sempre o mesmo vinho. Um bordeaux, de espécime caríssima, de altíssima qualidade, que jura ele ter pago uma pechincha: apenas noventa e nove dólares pela internet.

- Coisa muito boa esse vinho – insistia Julinho, sempre que presenteava algum de nós. - Especial para beber com aquela gata, ouvindo um som bacana, e aí... PIMBA. Sabe? É tiro dado, jacu deitado.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Ponto Rock

Sempre preferi as morenas. Não sei porque, mas há algo de sensual na forma como refutam a futilidade loira. Gosto de louras também, mas as morenas dominam meu horizonte. É assim, não adianta. Cada um tem suas taras e predileções. Para Ricardo, por exemplo, pouco importa se é alta ou baixa, loura ou morena. Tem que ser gostosa. O Cenoura não admite, mas todos sabem que ele é fissurado em japinhas (ia dizer “asiáticas”, mas aí iria soar tão falso...). O Rafão, por outro lado é seguidor da filosofia do síndico Tim Maia: a mulher ideal é aquela que não tem pau...

Para essas e todas as outras preferências, existia o lugar ideal. O Ponto Rock. A melhor danceteria/discoteca/casa noturna/boate/ou seja lá qual for a porra de nomenclatura atual que já existiu na praia, quiçá no mundo. O oásis para onde iam todas – eu disse todas – as gostosas do litoral.

Aquele era um lugar mágico. Era, porque nada que é bom dura para sempre. Nos fins de semana, quando suas portas abriam-se, o céu de verão era sempre estrelado e a lua sempre cheia. Construído à beira de um lago, não possuía paredes, de forma que a brisa marinha constantemente fazia arrepiar as deliciosas gurias suadas na pista de dança. Os bares, estrategicamente posicionados ao redor da pista central, derramavam litros e litros de álcool sobre os frequentadores, tudo com o único e flagrante objetivo de permitir a pegação ao som do melhor rock´n´roll.

Como dito, mágico.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

MUITO BURRO - ou não

Ok.

Admito.

O novo layout não está ainda como eu quero, e tampouco como deveria. Mas mudei a porra da template e o Blogger não me deixa desfazer a cagada.

Até aprender como arrumar, essa merda fica assim.

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Agora gostei do jeito que tá. Vai ficar assim.

Quem não gostou, que vá plantar batatas.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Antes que comece

Já vai começar. Tá chegando a hora.

Os tambores rufam incessantemente na mente de Rodolfo. A ansiedade, a expectativa, a celebração. A família, já acostumada, finge que não percebe. Os vizinhos dão risada. Os colegas de trabalho até entram na onda. Mas Lunara, a esposa de Rodolfo, detesta o comportamento do marido nesse período.

A Copa do Mundo de Futebol é muito mais que simples evento esportivo. É uma afirmação da condição masculina. Em tempos de opressão do movimento feminista, viver o jeito homem de ser é perigoso. As mulheres celebram anualmente uma data mundial em sua homenagem. E não apenas comemoram – fazem dos homens vilões. Mas de quatro em quatro anos, um mês inteiro é dedicado à cultura masculina.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Clientes e Bancos: Ser parcial é preciso

De forma muito respeitosa, peço vênia ao posicionamento adotado pelo colega Cristiano Nygaard Becker em seu texto “Bancos e clientes: uma questão de imparcialidade”, publicado no Espaço Vital de 14.05.2010.

Com efeito, concordo com sua premissa de que o ser humano tende, naturalmente, à parcialidade. Tal circunstância vem muito da empatia com determinadas causas e situações, e os “conflitos” bancários atingem a quase totalidade da população. Dessa forma, é natural que existam ideologias contrárias e favoráveis às práticas das instituições financeiras.

Acontece que exigir imparcialidade, pura e simples, na análise de situações envolvendo instituição bancárias e consumidores é simplesmente absurdo. Isto porque a própria legislação brasileira reconhece a desigualdade entre as partes – basta ver as proteções previstas no Código de Defesa do Consumidor. Nesse sentido, aliás, o STF decidiu, no mérito, através da Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADIn nº 2.591 (decisão publicada no DJ nº 114, de 16 de junho de 2006), proposta pela Confederação Nacional do Sistema Financeiro, que a Lei 8.078/90 é sim aplicavel aos contratos bancários.

terça-feira, 13 de abril de 2010

O Advogado do Mendigo ganha fama...


"O Advogado do Mendigo" foi publicado na edição de hoje, 13.04.2010, do Espaço Vital, sob o título "A primeira audiência, a gente nunca esquece".

Por motivos de espaço, a história passou por algumas edições. Compare e releia!

Em tempo: charge de Gerson Kauer, para o EV.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Princesinha

Princesinha.

Não houve discussão. Todos concordamos que ela era uma verdadeira princesinha. Pequena, macia, bonita, com cabelos negros esvoaçantes que emolduravam seus olhos azuis que mais pareciam jóias de uma coroa.

Definitivamente uma princesinha.

Era inverno. A noite estava fria, mas ainda assim insistimos em reunir a turma da praia. À excessão do Ricardo, que morava no interior, todos nós morávamos na região metropolitana. Fomos ao bar favorito do Cenoura, afinal a ocasião era para comemorar seu novo emprego.

Chegamos no bar juntos, Julinho, Rafão e eu. O frio parecia impedir o Julinho de fazer sua mágica com as garotas na calçada em frente ao bar, por isso nos apressamos a entrar, antes que o Rafão realizasse a sua. O Rafão vocês conhecem: era o repelente de mulheres da turma. Gente finíssima, ótimo caráter, mas terrível com a mulherada. Entramos e atravessamos o bar até o jardim de inverno, nos fundos. Bar chique. Provavelmente caro. Mas iamos beber todos na conta do Cenoura, com seu novo salário, então...

sábado, 3 de abril de 2010

O Advogado do Mendigo

O Direito brasileiro em nada se parece com os filme de tribunais produzidos em Hollywood. Muito pelo contrário. Já vai tempo que as salas de audiência perderam sua pompa e magnitude. A Justiça do Trabalho, por exemplo, por seu caráter popular e de abrigo ao cidadão humilde e simples, produz acontecimentos além da imaginação.

Certa feita, quando ainda era acadêmico, fui cedo para o prédio da Justiça do Trabalho para observar audiências – requisito para uma cadeira da faculdade. Com a devida permissão do Juiz, um homem ainda novo vestindo camisa e gravata, sem o paletó, que em nada correspondia à idéia de um velho de cabelos brancos e de capa preta, sentei-me em uma cadeira colocada contra a parede, embaixo da única janela da sala. É difícil descrever o que senti quando, pela primeira vez, me deparei com aquele ambiente onde o Direito ganhava vida. Dentro de instantes eu veria advogados, juiz e partes atuarem em seus papéis, tirando as leis do rigidez do papel e colocando-as na maleabilidade do mundo real. Definitivamente, eu estava intimidado. O Juiz e sua secretária, ao notarem meu nervosismo, trataram de dar logo início à pauta do dia. “Após a primeira”, disse-me o doutor magistrado, “as audiências desmitificam-se”.

Soou o aviso. Pelos autofalantes do fórum foram as partes chamadas para a primeira audiência inicial do dia. Rito ordinário. Coisa simples, disseram-me colegas mais velhos. Abriu-se a porta da sala. Eu podia sentir o frio do saguão entrar pela porta e, pior, sentia o frio na barriga, mas mantive-me em posição para anotar tudo que acontecesse durante aquela minha primeira audiência.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Praia, Noite e a Lua

Era sábado de verão. Como de praxe, estavamos todos na praia. A nossa turma era capaz de passar o ano inteiro sem se encontrar, cada um envolvido com suas aulas, trabalhos, etc. Apesar de vivermos todos na capital, era no litoral que encontravamos a nossa identidade. Quando chegava janeiro era sagrado: todos os fins de semana, um por um, iamos para nossas casas na praia e lá nos reuniamos para fazer o que todos os guris de 15 a 20 anos fazem. Festa.
Evidente que o objetivo eram as gurias. Alguns, como o Julinho e o Ricardo, faziam as garotas comerem nas suas mãos. Era impressionante. Não tinha noite que eles não se dessem bem. Há quem diga – eu nunca via, mas dizem com tanta convicção que pode até ser verdade – que o Julio certa vez sai agarrado com duas amigas simplesmente porque não conseguia decidir qual das duas era a mais bonita.
Já outros, como o Cenoura e eu, ralávamos para ter uma chance com as gurias. Não eramos de todo ruim, mas conseguir mostrar para aquela guria no balcão do bar ou na pista de dança que eramos o cara ideal era sempre uma tarefa estafante. Recompensadora, óvio, mas cansativa. E mesmo assim acumulamos – pelo menos eu acumulei! – alguns fracassos...
Agora, igual ao Rafão... O cara simplesmente não podia chegar perto de mulher alguma que na mesma hora fazia algo que as espantava. Incrível. Era involuntário, e na maioria das vezes nem nós sabiamos o que tinha acontecido, mas as gurias não suportavam ficar perto do cara. Desde que se mudou para o exterior, não tive mais notícas dele, mas dizem que continua sozinho.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A Hora

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Não importa o quanto sejamos bravos, nunca estaremos preparados para o momento final. Para a morte. A procura de religiões muita vezes representa um meio de lidar com a dor – da perda de um ente amado próximo ou mesmo de encarar a derradeira verdade. Mas seja como for, o ser humano é apegado demais à vida.
Foi no início do inverno que Carolina sentiu as primeiras dores. Em sua juventude, foi uma mulher de fibra, à frente de seu tempo. Ainda cedo ficou órfã. Juntamente de sua irmã menor, foi para um orfanato público. Deus, como Carolina odiava aquele lugar. Quando moça, durante o curso de magistério, sentiu aquelas mesmas dores. Lembrava-se perfeitamente. Pareciam cólicas, como se facas atravessassem o interior de sua barriga deixando cortes extremamente sensíveis. Agora, muitos anos depois, no auge dos seus oitenta e cinco anos, as facas afiadas e pontiagudas voltaram a dilacera-la por dentro.
A manhã, ainda fria, não era nada convidativa. A geada no patio da casa era a prova visível do frio que persistia aos primeiros raios de sol. Ainda assim, com frio e com dores, Carolina decidiu sair da cama. As dores eram familiares. Já experimentara algo assim antes. E esperava resolver a situação como da outra vez: com um bom e forte chá. Sentou na cama, botou as chinelas e levantou-se para vestir seu chambre de chifom que ficava convenientemente colocado sobre o encosto de uma cadeira antiga de estofado aveludado ao lado da cama. A um piscar de olhos, acordou na cama do hospital.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Hobbit Quest: A Compra do Monitor de LCD

Shopping Centers são verdadeiros labirintos. A busca de qualquer coisa dentro dessas armadilhas construídas meticulosamente com o intuito de capturar nosos cartões de crédito é uma aventura digna dos relatos dos melhores bardos da antiguidade.

Nestes tempos em que a tecnologia avança a passos de gigante, a necessidade de reposição de peças para computadores faz com que os mais aficcionados sofram desafios hercúleos. Sites de internet não são mais suficientes para as compras. A imersão no mundo físico, uma vez mais, vira uma necessidade em busca da melhor opção e do melhor preço.

Mas para tanto, é preciso ter a mais importante arma. Não, diabos, não é dinheiro. Nem o cartão de crédito. Informação. Qualquer compra deve ser bem pensada, de forma a valer todo o esforço. Conhecimento do produto é fundamental.

Certa feita pedi a alguns amigos que colaborassem com o Pedrão Total e escrevessem de forma a dar vazão às suas idéias cirativas. Pois bem. Apenas o um atedeu ao pedido.

Cerca de dois meses atrás recebi um artigo sobre tecnologia. Preguiçoso, perguntei do que se tratava. A explicação veio. E não entendi bulhufas. Tive, enfim, que ler o que ele escreveu. E dessa vez aprendi algo! Apesar de ser um estilo completamene diferente das outras postagens, as informações apresentadas são valiosíssimas para os que lerem.

Eu, particularmente, não preciso ler. Preciso apenas pegar o telefone celular e perguntar direto na fonte. Mas nem todos tem essa sorte. Então, aqui vai a contribuição do Vitto.



“Bom, uma vez que eu estive buscando comprar um monitor LCD esses dias e busquei informações sobre qual seria a melhor aquisição. Posso dividir com você alguns conhecimentos que obtive, mas aviso que são noções de um completo leigo, portanto, qualquer um com alguma melhor informação, por favor me corrija.